Bairro de Jacarezinho registra índice zero de infestação do Aedes aegypti ( mosquito da dengue )

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Forrest Innovations completa seis meses de trabalho no combate à dengue na cidade do norte paranaense. Enquanto isso, outros municípios da região entraram em situação de epidemia de dengue

O último Levantamento Rápido de Índices de Infestação do Aedes aegypti (LIRAa) realizado na cidade de Jacarezinho, no norte do Paraná, revelou índice zero de infestação do mosquito no Bairro Novo Aeroporto. O local estava entre os bairros com maior incidência e chegou a registrar 15% em fevereiro do ano passado. “Esse resultado é uma grande conquista e reflete o intenso trabalho da Forrest Innovations em parceria com o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), o poder público e a comunidade”, comemora a diretora da Forrest, Elaine Paldi.

 

 Enquanto Jacarezinho reduz os índices de infestação do mosquito, outras cidades paranaenses registram novos casos de dengue. Dois municípios paranaenses entraram em alerta de epidemia de dengue na última semana epidemiológica – Itambé e Moreira Sales. Eles se somam a Uraí e Lupionópolis, que já estavam em situação de epidemia. Os casos autóctones (contaminação no próprio município) aumentaram de 346 para 483, espalhados em 70 municípios. No total, entre importados e autóctones, o Paraná registra 536 casos (na última semana eram 391).

Dados do Ministério da Saúde divulgados no dia 26 de fevereiro destacam o Paraná como o terceiro estado do país com o maior aumento de casos da doença, com um crescimento de 648,6%, comparado a 2018. O estado fica apenas a atrás apenas de Tocantins (1.369%) e São Paulo (1.072,7%).

Jacarezinho é a primeira cidade do Brasil a receber o projeto da Forrest. “Há seis meses iniciamos a soltura de mosquitos estéreis nos bairros Aeroporto, Novo Aeroporto e Vila Leão. Semanalmente a soltura é feita de forma homogênea nessas três áreas tratadas. Além dessas solturas sistemáticas, temos uma equipe na região trabalhando com pesquisa, visitando as residências das áreas mais atingidas e buscando conscientizar a população sobre a proliferação do mosquito”, relata a atual coordenadora do projeto, Lisiane de Castro Poncio.

A tecnologia desenvolvida pela Forrest Innovations deve reduzir em 90% a população do Aedes aegypti – mosquito vetor de patógenos que causam dengue, febre amarela urbana, zika e chikungunya. A técnica é inédita e considerada natural, pois não utiliza manipulação genética. “A partir de ovos de mosquitos coletados na região afetada e levados para o laboratório, são produzidos mosquitos estéreis. A espécie é alimentada com ingredientes específicos nas fases de larva e pupa, capazes de tornar os machos estéreis quando atingem o estágio de mosquito adulto. Esses machos são soltos na natureza para copular com as fêmeas, que não são fertilizadas e por isso não reproduzem”, destaca Lisiane.

A técnica é baseada na criação massiva de machos estéreis para serem soltos na natureza. Quando uma fêmea silvestre copula com um macho estéril ela não gera descendentes, diminuindo assim a proliferação desses mosquitos. O mosquito macho se alimenta apenas de seiva de plantas e, portanto, não pica e não oferece nenhum risco para a população. São as fêmeas que transmitem as doenças porque, além de consumirem seiva, precisam de sangue para completar o processo de maturação dos ovos e fazer a postura.

Outro bairro que registrou uma redução significativa no índice de infestação do mosquito foi o Aeroporto, que em fevereiro de 2018 registrava 9,3% e no último LIRAa registrou 2,8%. O bairro Vila Leão mantém os mesmos 11% do índice de fevereiro do ano passado. No entanto, teve reduções significativas e chegou a apresentar 9,3% em novembro. “Esse é um trabalho contínuo e que depende bastante da contribuição da população. Nosso maior desafio é garantir o controle permanente do risco de epidemias de dengue. Para isso, atuamos na promoção de ações de educação e conscientização sobre a necessidade de prevenção e controle dos criadouros pelo cidadão.”

Áreas de controle

Além das áreas tratadas, a Forrest monitora os bairros Dom Pedro Filipack, Vila São Pedro e Vila Maria. Trabalhamos com três áreas tratadas e três áreas de controle. “Felizmente também observamos redução dos índices de infestação do Aedes aegypti nas áreas-controle. Nosso objetivo é que o tratamento das áreas com maior infestação e o trabalho de educação e conscientização da população contribuam para a redução desses índices em toda a cidade”, explica a coordenadora Lisiane.

Em fevereiro de 2018, o bairro Dom Pedro Filipack tinha um índice de infestação pelo mosquito de 26,8% e no último LIRAa registrou 15,6%. Na Vila Maria o índice passou de 25% para 9%. A Vila São Pedro registrava 6,9% em fevereiro, mas chegou a 10% em novembro e agora tem 6,8%.

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