Projeto contou com a mão de obra e dedicação de oito mulheres detidas na carceragem da comarca de Wenceslau Braz; instituição beneficiada foi a Ajadavi que realiza um trabalho filantrópico com crianças de Jacarezinho e região
O Governo do Estado do Paraná desde 2012 tem intensificado as ações para promover a remição da pena e socialização das presas. Os programas são implantados nos estabelecimentos penais, disponibilizando às pessoas em privação ou restrição de liberdade, atividades artesanais, de alfabetização, leitura, entre outros, já são oferecidos também no setor carcerário de cadeias públicas como a de Wenceslau Braz.
Enquanto buscam remição para suas penas, as mulheres detidas confeccionam diversos artigos artesanais que foram vendidos em um chá beneficente neste sábado (1). Toda renda das vendas será revertida à Ajadavi (Associação Jacarezinhense de Reabilitação ao Deficiente Auditivo e Atendimento ao Deficiente Visual).
DEDICAÇÃO
Durante os primeiros meses deste ano, as presas dedicaram seu tempo a criarem peças de crochê para a entidade filantrópica, que em contrapartida forneceu todos os materiais que foram utilizados pelas “crocheteiras”.
Elas criaram mais de 200 peças de modelos e cores diversas. Quem idealizou o projeto foi o agente penitenciário Jean Fogaça que entrou em contato com a instituição para discutir a parceria. “Entramos em contato com a Ajadavi para conseguirmos viabilizar o projeto, pois haviam muitas presas com talento, porém não tinham os materiais necessários, deste modo a associação se prontificou a disponibilizar a matéria-prima e depois utilizar os artesanatos para arrecadar dinheiro para a instituição”, comenta.
Fogaça ainda comentou a aceitação do projeto entre as presas e a participação maciça. “Todas participaram, sem exceção, elas se dedicam, interagem e se socializam através do artesanato”, completa.
Beverli da Silva está detida há um ano e quatro meses e tem orgulho em contar que se dedica a todos os projetos que são apresentados. “Aqui tentamos inserir todas as meninas no artesanato, quem não sabe a gente ensina e quem já sabe, aprimora suas habilidades”, conta Beverli.
“Agora que o projeto foi finalizado, estamos aguardando novas parcerias, pois o artesanato nos beneficia para passar o tempo, ajuda instituições como a Ajadavi, enquanto diminui nossa pena, ou seja, só tem aspectos positivos”, comenta a artesã.
Todo o trabalho da instituição foi apresentado às presas antes que o projeto iniciasse.
INSTITUIÇÃO
A Ajadavi é uma entidade filantrópica de Jacarezinho que atende crianças com deficiência auditiva e visual de 14 municípios da região. De acordo com a diretora Kathilene Regina da Silva, são 86 alunos atendidos em contra turno que contam com a uma equipe especializada para orientar e ensinar os alunos portadores de deficiência. “Nossa instituição tem diversas parcerias com órgãos governamentais e setores da sociedade, contudo pelo amplo atendimento que prestamos às crianças, temos que estar sempre renovando nosso material pedagógico, além de objetos que possam ser utilizados pelos profissionais no atendimento dos alunos que serão adquiridos com o dinheiro dos artesanatos”, explica.
EVENTO
O evento beneficente aconteceu no último sábado (1) e reuniu mais de 140 pessoas. De acordo com a diretora, o balanço foi positivo e houve uma venda satisfatória dos artesanatos. “O resultado dessa parceria foi totalmente positivo e só temos a agradecer o trabalho e empenho das mulheres presas em Wenceslau Braz e do agente Jean”, finaliza Kathilene.
Fonte: Folha Extra.
